Ivete Sangalo é uma das cantoras de maior sucesso no Brasil e, apesar da fama, a baiana é direta com a imprensa e não foge das polêmica. Em entrevista à “Veja”, a artista falou sobre maternidade, mundo artístico, fama e sexo.
Ela conta que tem a vontade de aumentar a família. “Estamos tentando sempre. Sou uma pessoa muito sexual. Se rolar todo dia, estamos aí para qualquer negócio. Meu marido [o nutricionista Daniel Cady] é doze anos mais que eu, mas a gente nem se lembra disso. No começo, eu estranhava a diferença de idade, mas hoje acho que ele é duas vezes mais velho que eu. Ele é espírito velho. Sem contar que meu marido é um gato.”
Mesmo com o sucesso, Ivete não se considera a maior cantora do Brasil e prefere dizer que faz um bom trabalho. Aliás, no próximo dia 14 de dezembro, em Salvador, ela vai comemorar os 20 anos de carreira em uma apresentação que vai virar um DVD. “Nenhuma de nós pode se autodeclarar a maior, porque é o público que determina. Acho que canto direito, sim. E hoje minha voz está mais rouca, mais madura. Eu canto achando que estou arrasando. Entro no palco para arrasar, sempre. Nunca fiz aula, é muito visceral o meu modo de cantar.”
Durante a entrevista, Ivete diz que o conselho dos pais a ajudou a manter os pés no chão quando começou a fazer sucesso. “Cresci ouvindo que toda pessoa tem sua importância e considero que isso ajudou a não tirar o pé do chão, apesar de ganhar a vida mandando as pessoas fazerem exatamente isso. Gosto sempre de lembrar que, se estivéssemos em um navio afundando, ninguém morreria no meu lugar pelo fato de eu ser famosa. E é bem fácil se perder, porque é um universo fora da realidade a bajulação, o assédio, a vontade das pessoas de estar perto de você. Artista acha que estão sempre falando da gente”, afirma.
Sem papas na língua, a cantora comenta sobre o boato de que teve um relacionamento amoroso com Xuxa. “Quem me dera. Moderna. Não namoramos, não. A gente é muito amiga. Eu poderia até namorar se eu fosse lésbica. Se eu gostasse de mulher, ela já teria recebido uma cantada. Não sou homossexual.”
Quando é questionada se a música “Dalila” é uma alusão às drogas, Ivete é direta ao ponto e nega qualquer possibilidade sobre cantar a canção por causa disso. “Oi? Por que, você já mandou buscar a sua assim? Coitado do Carlinhos Brown, autor da música, que é tão careta. Isso é folclore. São elucubrações carnavalescas. Eu não gravei com essa intenção”, explica ela. A cantora também nega o uso de cocaína para conseguir manter a energia no palco.
“Não uso, não gosto, não gosto do ambiente delas. Cansei de ouvir a história de que o enfermeiro que é amigo da vizinha da prima de alguém me atendeu em um hospital com overdose. Parte de meu público é adolescente, e tenho medo que eles achem que preciso disso para fazer o que faço no palco. Não preciso estar drogada. Não poderia ter 20 anos de estrada com esse vigor se usasse droga. Não bebo, nem fumo, nunca nem experimentei drogas. Convivi com pessoas que usam, vi com boca travada, pó no nariz, coisa que me deprime demais. Agora, a droga, eu não vi. Uma vez, estava fazendo uma festa de final de ano, havia vários artistas, eu estava dividindo camarim com uma galera e uma rapaziada convocou para cheirar. Fiquei quietinha no meu canto, me sentindo uma menina desprotegida.”
Ivete Sangalo também aproveita a oportunidade e esclarece que não é inimiga de outras cantoras baianas, principalmente de Claudia Leitte, mas nega amizade. “Mantemos respeito. As pessoas sentem um prazer estranho em torcer para que saia briga. Vai dizer o quê? Que se ama loucamente? Não. É uma relação de respeito, mas não posso dizer que telefonamos umas para as outras.”
A cantora afirma que Claudia recebeu uma forte influência sua, mas não considera imitação. “Nem permito que meus amigos e família falem esse tipo de coisa. Ela sofre influência minha, mas apenas porque sou a cantora que, quando ela estourou, estava mais em evidência, era a mais próxima da realidade dela. Tem coisas dela que eu gosto, ouço e canto no trio elétrico.”
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