segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Último capítulo de ''Saramandaia'' terá finais inéditos

Casamento de Aristóbulo e Risoleta é uma das novidadesO remake de “Saramandaia” promete fugir da versão original em seu último capítulo. Segundo o jornal “O Globo”, o desfecho de vários personagens será inédito.
A novela das 23h da Globo chega ao fim na próxima sexta-feira, (27), e termina como começou, abusando do realismo fantástico.
Como de praxe a trama de Ricardo Linhares também se encerra com um casamento, mas o que muda em “Saramandaia” é a Lua de Mel. Afinal, o noivo é um lobisomem e sua cara-metade é uma “marafona” aposentada numa cidade povoada por preconceitos. Aristóbulo(Gabriel Braga Nunes) e Risoleta (Débora Bloch), que ganharam destaque na nova versão da trama, serão felizes para sempre.
Em entrevista ao “O Globo”, o elenco e o autor comentam o final de “Saramandaia”:
“A cena do casamento é emocionante porque traz uma surpresa. E ela vai se vestir bem Risoleta. Não é aquele vestido de noiva convencional, mas igualmente lindo”, conta Débora.
Gabriel diz que Aristóbulo mudou ao revelar o lado animal: “Parar de esconder o lado selvagem e assumir seu amor por Risoleta fizeram com que o professor conseguisse resolver problemas arraigados há muito tempo. Ao se revelar, passou não só a aceitar seus próprios sentimentos e se tornar uma pessoa mais íntegra e verdadeira, mas também a ajudar os outros e a lutar pela justiça e pelo progresso da cidade. Ou seja, além de ter final feliz, virou um lobisomem-herói!”.
Autor da novela, Ricardo Linhares explica que deu mais densidade a Aristóbulo. “Na primeira versão, o casal era mais para o cômico. Não tinha essa pegada de paixão e desejo. A trama terminava quando eles finalmente transavam, e o professor dormia. Senti necessidade de dar mais densidade a Aristóbulo e justificar o seu “insonismo” encruado. Inventei uma noiva, cuja morte o deixou culpado. Risoleta dá paz de espírito a ele. Com o casamento, quis mostrar a consistência do casal e dar a eles o merecido final feliz. Agora, Risoleta tem um lobisomem para chamar de seu”, revela.
Linhares destaca ainda que criou finais inéditos para quase todos os personagens e dá alguns exemplos:
“O delegado assume que é gay; o padre é excomungado por ter casado lobisomem com prostituta, Zico Rosado (José Mayer) articula o “mesadão” para comprar o voto dos vereadores no projeto de um novo plebiscito; Gibão (Sergio Guizé) denuncia o propinoduto, e Zico é preso por corrupção durante uma manifestação da juventude saramandista”.
Outra novidade importante, revela Linhares, é o desfecho do bebê de Zélia (Leandra Leal) eLua (Fernando Belo).
“Na novela do Dias Gomes, de 1976, Zélia tinha um filho com asas que morria e ela se separava de Lua. Não matei o bebê nem desfiz o casal. Zélia e Lua entendem que o filho é extraordinário. Resolvi fazer deste bebê o primeiro de uma linhagem mudancista de seres alados. Marcina é assassinada, mas Gibão consegue revivê-la. E os dois também têm um bebê com asas”, conta o autor.
Num balanço do trabalho, Linhares acredita que a novela saiu da “zona de conforto”. “Vivemos numa época de procura pelo realismo na telinha. Isso não é crítica. O público quer ver seu cotidiano retratado na ficção. Mas é importante arriscar, e “Saramandaia” apostou na ousadia. Quebrou com o naturalismo vigente, com personagens surreais, cenas mágicas, e um linguajar que brinca com as palavras. É essencial que haja espaço para a experimentação”, opina o autor.
Para encerrar ele revela que vai homenagear a primeira versão: a novela terminará com o voo de Gibão ao som de “Pavão misterioso”, tema da abertura da trama de 1976.
TEXTO: RD1

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